04 Modelos de Computação em Nuvem – Aprenda Como Escolher o Seu

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Modelos de Computação em Nuvem

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Por mais que a computação em nuvem soe recente ao público geral, a verdade é que ela já está no mercado há um tempo, a ponto de ter passado por evoluções e adaptações às principais demandas dos usuários. Foi a partir dessa maturidade que surgiram o que chamamos modelos de nuvem.

Tais modelos são métodos de implementação de cloud computing que implicam diferentes formas de entrega do serviço. Dependendo da estratégia que a empresa escolher, ela consegue dar mais ênfase a quesitos de segurança, priorizar a redução de custos, melhorar a performance etc.

Modelos de Computação em Nuvem

Atualmente, existem três modelos de nuvem que dividem o mercado, são eles: a nuvem pública, a nuvem privada, a nuvem híbrida e a nuvem múltipla. Se você tem pretensões de especializar-se na área — atuando como um consultor, por exemplo —, compreender o funcionamento deles é algo essencial.

Com a finalidade de orientá-lo sobre o assunto, neste conteúdo explico os conceitos básicos de cada um dos modelos, ressaltando também as suas principais vantagens. Vamos começar?

Nuvem pública (public cloud)

A nuvem pública é o modelo mais tradicional para implementação de cloud computing. Trata-se de um serviço fornecido via Internet por grandes provedores, como a Amazon Web Services (AWS), ou seja, terceirizado.

Na prática, todos os recursos de hardware, software e outros elementos de infraestrutura são de propriedade e gerenciamento do provedor. Este, por sua vez, compartilha todos os seus meios computacionais entre todos os clientes.

Se você acompanhou este artigo no qual abordei o conceito de computação em nuvem, certamente se lembra do uso de múltiplos centros de processamento de dados (data center) espalhados pelo mundo, usados para entregar o serviço em escala global, não é mesmo?

Em meio à gigantesca capacidade oferecida pelos fornecedores de serviços em nuvem, cada usuário (ou empresa contratante) faz uso dos recursos sob demanda, controlados por meio de uma interface web. É justamente por conta do compartilhamento que esse modelo é conhecido como “nuvem pública”.

Vantagens da nuvem pública

Até pelo fato de que a nuvem pública originou a expansão da computação em nuvem pelo mundo, é evidente que diversos benefícios estão presentes no modelo. Os principais deles são:

  • economia financeira;
  • manutenção; e
  • escalabilidade.

Em comparação ao data center tradicional ou mesmo a outros modelos de nuvem, a rede pública é muito mais barata porque não há necessidade de aquisição de componentes de hardware e software. O ambiente só precisa de dispositivos (computadores, smartphones, tablets etc.) e conexão banda larga de alto desempenho.

Devido aos recursos serem distribuídos virtualmente, sem qualquer responsabilidade do contratante em relação à manutenção da infraestrutura, não há necessidade de contratar profissionais especialistas, tampouco gastar dinheiro com novos equipamentos.

Presente em todos modelos de nuvem — em níveis diferentes, conforme explicarei no decorrer do texto —, a escalabilidade da nuvem pública, embora não possa ser considerada ilimitada, é suficiente para atender às demandas da grande maioria das empresas de maneira confiável.

Nuvem privada (private cloud)

O conceito de nuvem privada, como o próprio nome diz, consiste no uso exclusivo dos recursos computacionais por parte de uma organização. Um diferencial desse modelo em relação à nuvem pública é que a implementação pode ser realizada de duas maneiras.

Uma delas funciona similarmente ao modelo anterior, isto é, toda a infraestrutura é terceirizada. Nesse caso, em vez de compartilhar os mesmos recursos computacionais com outros “inquilinos”, o contratante tem à disposição uma infraestrutura própria e completamente gerenciável.

É justamente a possibilidade de customização dos recursos que leva determinados perfis corporativos a aderirem à nuvem privada. Afinal a empresa tem mais poder de controle em relação à segurança do ambiente, o que é conveniente para quem já dispõe de um departamento de TI altamente capacitado.

Por exemplo, se a empresa tem larga experiência com gerenciamento de data center e já desenvolveu a estratégia mais apropriada para proteger os servidores, ela pode migrar para a nuvem privada sem se desfazer dos administradores de sistemas, hackers éticos, engenheiros de hardware etc.

Vantagens da nuvem privada

Por que utilizar a nuvem privada? Abaixo, os benefícios que corroboram para a sua adoção:

  • escalabilidade;
  • segurança; e
  • customização.

Como o ambiente é completamente gerenciado pela empresa, todos os recursos computacionais são consumidos sem limites, ou seja, não há imprevistos de consumo que venham a sobrecarregar a infraestrutura.

A segurança se dá em função da própria privação. Na medida em que os recursos deixam de ser compartilhados com outros inquilinos e se tornam dedicados (usados na rede privada), o controle de acesso e proteção aos ativos são ajustáveis.

Da mesma maneira que requisitos específicos de segurança podem ser atendidos com a nuvem privada, a customização também se aplica às demandas de negócios. Independentemente da quantidade de recursos necessária para a empresa funcionar a todo vapor, a nuvem tem condições de corresponder.

Nuvem híbrida (hybrid cloud)

A nuvem híbrida é um modelo de implementação que consiste no uso simultâneo das nuvens pública e privada. A frase “unir o melhor dos dois mundos” é comumente atrelada à nuvem híbrida para resumir o seu propósito: conceder aos usuários mais opções estratégicas no uso de cloud computing.

O sucesso do hibridismo tem sido constante entre executivos e gestores de TI. De acordo com uma pesquisa feita pela consultoria 451 Research, 69% das empresas no mundo terão ambientes de nuvem híbrida até o fim de 2019 — o mesmo vale para a nuvem múltipla, a qual explicarei mais adiante.

Mas o que justifica tamanha adoção da nuvem híbrida? A resposta é simples: a quantidade de vantagens que ela oferece. Basta que levemos em consideração o fato de que a nuvem híbrida é o melhor meio de promover a segurança e a redução de custos, quesito em que os diretores de TI são muito cobrados.

Outro diferencial relevante da nuvem híbrida é o cloud bursting. Trata-se de uma configuração própria desse modelo que funciona como um termômetro. Por exemplo, um aplicativo é executado na nuvem híbrida, porém, ao atingir determinada escala de consumo, o processo é automaticamente migrado para a nuvem pública.

Vantagens da nuvem híbrida

Entre os demais benefícios da nuvem híbrida, destacam-se:

  • flexibilidade;
  • controle; e
  • migração facilitada.

A flexibilidade na nuvem híbrida vai além da escalabilidade que encontramos na nuvem pública. Na verdade, ela está ligada ao uso inteligente de ambos os ambientes, podendo acionar os recursos da nuvem pública sempre que necessário.

O controle tem a ver com a segurança dos ativos críticos. A equipe responsável passa a ser capaz de desenvolver camadas de proteção, como criptografia, firewall e monitoramento de tráfego, de acordo com as suas próprias premissas.

Quanto à facilidade de migração, ela é uma realidade porque os dados, aplicações e serviços não precisam ser transferidos de ambiente de maneira abrupta. Em vez do imediatismo — e a susceptibilidade a erros que o acompanha —, o procedimento pode ser feito aos poucos.

Nuvem múltipla (Multi-cloud)

O conceito da nuvem múltipla costuma ser confundido com hibridismo, visto que ambos os modelos envolvem um tipo de integração. Embora exista algo em comum, os propósitos dos gestores que optam por implementar multi-cloud são a otimização de investimentos e a prevenção contra riscos de indisponibilidade.

É verdade que os serviços de cloud computing entregues por grandes fornecedores é quase imune a indisponibilidades, sim. Porém instabilidades no fornecimento estão sujeitas a ocorrer e, dependendo da gravidade, gerar interrupções as operações do negócio, resultando prejuízos financeiros e insatisfação do cliente.

Como a nuvem múltipla resolve esse conflito? A abordagem consiste na contratação de múltiplos serviços de cloud computing. Por exemplo, a empresa utiliza uma solução de nuvem híbrida da Amazon Web Services, outra de nuvem pública da Microsoft Azure, uma nuvem privada da Cisco, e outro ambiente de public cloud de um fornecedor local.

Ao seguir tal estratégia, a empresa evita ficar presa a um único serviço, ganhando flexibilidade para redirecionar o consumo a ambientes mais viáveis no momento. Além disso, ocorrendo problemas de fornecimento, os processos continuam funcionando em outra nuvem.

Vantagens da nuvem múltipla

Sem dúvidas, o modelo de nuvem múltipla traz muitos benefícios, sendo os principais deles, além da alta disponibilidade e da redução de custos:

  • inovação;
  • recuperação de desastres; e
  • diversificação de tecnologias.

A inovação acontece porque vários provedores ficam à disposição. Sendo assim, se algum deles lançar um serviço exclusivo para avançar no mercado, a empresa pode usufruir da novidade imediatamente.

Já o plano de recuperação de desastres é aprimorado em função dos múltiplos serviços, visto que há mais alternativas para restauração do ambiente de trabalho, detalhe que aumenta as chances de sucesso da operação numa situação real.

Por fim, a diversificação de tecnologias permite que os recursos sejam o mais bem aproveitados possível, de modo que se explore os pontos fortes de cada fornecedor para otimizar determinadas cargas de trabalho.

Existe um modelo de nuvem mais seguro?

Agora, eis que entra uma questão recorrente sobre o assunto: o fato de a nuvem ser pública, privada, híbrida ou multi, a torna mais (ou menos) segura? Existem dois aspectos de segurança que devem ser levados em conta quando se fala em cloud computing.

O primeiro deles é a proteção do ambiente em que todos os dados e serviços ficam armazenados. Quando o serviço é terceirizado, a segurança do ambiente em que as informações são guardadas é de inteira responsabilidade do provedor e a respectiva equipe de especialistas que trabalham na manutenção de cada data center.

Por outro lado, se estamos falando de uma instalação onsite, ou seja, infraestrutura de propriedade da própria empresa, não há envolvimento de fornecedores; portanto a proteção de todo o conjunto de hardware e software, bem como do conteúdo armazenado nele, é atribuído à equipe interna (ou terceirizada) de TI.

A segunda perspectiva é a responsabilidade do usuário em proteger as próprias credenciais. Por exemplo, se o colaborador da empresa é vítima de um golpe cibernético e, então, o invasor tem acesso às chaves de acesso à nuvem. Quais as consequências disso? Vamos trabalhar com duas hipóteses.

Caso a empresa guarde seus dados confidenciais na nuvem pública, o invasor pode fazer o que quiser com eles — inclusive, usá-los para crime de extorsão. Em outro cenário, baseado em fatos, os criminosos usam a nuvem na mineração de criptomoedas, gerando um temível gasto que recairá sobre a organização.

Portanto a implementação de cloud computing tem de ser sustentada por uma forte política de segurança, sessões de treinamento aos empregados, campanhas de conscientização e, claro, um departamento de TI formado por profissionais capacitados — muitas organizações optam por terceirizar o setor, inclusive.

Hibridismo como solução para segurança e redução de custos

O mercado de computação em nuvem é caracterizado por atender a todos os tipos de demandas. Consequentemente, os modelos de implementação acabam por segmentar os usuários de acordo com suas necessidades.

Por exemplo, a nuvem privada é muito interessante para um órgão governamental, enquanto a pública é bem adequada para empresas de micro e pequeno porte, visto que o consumo de recursos é baixo e não costuma envolver armazenamento de dados críticos.

Porém é muito comum a diversidade de informações e serviços online nas estratégias de negócio. Vamos colocar como exemplo as empresas multinacionais; já pensou no volume de dados que passam pela rede interna? Logicamente, apenas uma parte do montante é sensível aos negócios.

Exemplo de uso estratégico da nuvem híbrida

Supondo que a apenas 25% das informações sejam críticas, como dados de clientes ou relatórios de pesquisas de desenvolvimento de uma nova fórmula para o refrigerante, o ideal é que esse tipo de conteúdo seja guardado na nuvem privada, enquanto o restante, na nuvem pública.

Isso garante que as informações de alto valor sejam armazenadas num ambiente mais seguro e totalmente gerenciável, ao mesmo tempo em que se reduz despesas encaminhando 75% dos dados (secundários) para a nuvem pública, cujos valores são mais em conta.

Como vimos ao longo do conteúdo, os modelos de nuvem dão ao gestor de TI mais flexibilidade estratégica e, também, viabilizam a implementação da tecnologia nas empresas — mesmo as que dispõem de poucos recursos financeiros. Essa elasticidade permite que opções mais adequadas de armazenamento de dados sejam aplicadas.

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