Configure uma rede com IP estático em Distro LINUX baseada em Redhat (apenas 6 passos)

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Ubuntu: Iniciando com Linux de maneira prática e rápida

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Em um post recente aqui do blog, exploramos mais a fundo o conceito de IP estático, fundamental para quem pretende trabalhar com servidores, e aprendemos a configurá-lo numa máquina rodando o sistema Debian. Está lembrado?

Configure uma rede com IP estático no CentOS LINUX

Desta vez, vamos conhecer os arquivos de configuração utilizados para configurar placas de rede em ambiente RHEL (na distro CentOS, mais precisamente). A ideia é que as informações contribuam para o seu conhecimento a tal nível que você consiga implantar uma rede com IP estático com a mesma facilidade de um profissional da área.

Para isso, apresento neste conteúdo um tutorial de configuração via terminal, ou seja, utilizaremos somente as linhas de comando e scripts próprios de redes, bem como para gerenciar serviços do sistema, desabilitando, por exemplo, aqueles que comprometam o desempenho e a segurança ou, simplesmente, sejam desnecessários.

Antes de iniciarmos, recomendo a instalação do VirtualBox em seu computador para criar uma máquina virtual com o CentOS 7. Por que o CentOS? Tipicamente, é o sistema operacional que você encontrará numa empresa que cuja rede é gerenciada via Linux. É, também, uma distro derivada do RHEL, que é voltada ao uso corporativo.

Caso tenha dúvidas de como fazer isso, confira este ebook completo sobre o assunto. Isso permite que a gente trabalhe com testes e configurações de forma isolada, sem afetar o seu sistema operacional.

Tudo pronto? Então vamos começar a configurar a sua rede estática em sete etapas!

#Passo 1: Verifique se a placa de rede está ativada

Começando pelos requisitos básicos para iniciar o processo, é importante que se verifique a instalação da placa de rede na camada de software, isto é, se o CentOS reconhece o dispositivo.

Digite o comando nmcli d a fim de receber uma lista mais detalhada dos dispositivos usados para conexão com a internet. Caso o status do adaptador seja “disconnected”, é necessário ativá-lo manualmente. Do contrário, sinta-se à vontade para prosseguir a partir do quarto tópico.

Ainda no terminal, digite o comando nmtui e aguarde a execução do gerenciador de rede (network manager). Surgindo o menu, selecione “Edit connection”, pressione Enter para confirmar (ou TAB, se quiser mudar a opção), e o dispositivo aparecerá listado na janela seguinte. Escolha a opção “Edit” e, então, faça os ajustes de DHCP.

#Passo 2: Ajuste as configurações de DHCP

DHCP é a sigla para Dynamic Host Configuration Protocol. Em linhas gerais, é o protocolo que nos permite obter o endereço de IP automaticamente, e o mesmo vale para máscaras de sub-rede, configurações de DNS, gateway etc. Apenas esclarecendo: ainda não estamos criando um IP estático.

Na tela “Edit connection” aparecem as informações básicas do dispositivo, como nome de perfil e endereço MAC, além de algumas opções de configuração. Em “IPv4 CONFIGURATION”, selecione “” e certifique-se de que a caixa “Automatically connected” esteja marcada.

O próximo passo é fazer com que um endereço de IP seja obtido por meio do DHCP. Para isso, digite no terminal o comando service network restart, o que reiniciará os serviços de rede, e logo em seguida teremos a placa de rede operando adequadamente.

#Passo 3: Valide as novas configurações de rede

Valide as atualizações da sua interface de rede digitando no terminal ip a show enps7s0 [ou o nome do dispositivo conforme apareceu nas configurações] e aguarde o sistema retornar uma série de informações correspondentes. Exemplo:

2: enp0s3: <broadcast,multicast,up,lower_up> mtu 1500 qdisc pfifo_fast state UP qlen 1000</broadcast,multicast,up,lower_up>

link/ether 11:00:22:b7:07:18 brd ff:ff:ff:ff:ff:ff

inet 192.168.1.110/24 brd 192.168.1.255 scope global dynamic enp0s3

valid_lft 636608sec preferred_lft 604708sec

inet6 fe80::550f:7gd2:4afc:888a/64 scope link tentative dadfailed

valid_lft forever preferred_lft forever

inet6 fi40::99g5:766b:d143:2l11/64 scope link tentative dadfailed

valid_lft forever preferred_lft forever

inet6 fe80::554d:169f:88e1:7775/64 scope link tentative dadfailed

valid_lft forever preferred_lft forever

Concluída a tarefa? Então é hora de se concentrar na criação do seu IP estático, a começar pela instalação das ferramentas essenciais.

#Passo 4: Instale as ferramentas básicas

Assim como em uma configuração usando interface gráfica (GUI), o processo via terminal também envolve a instalação de ferramentas e utilitário indispensáveis. Neste caso em especial, estou me referindo a: wget, curl, nano, ifconfig e netstat. Como instalá-los? Digite:

yum install nano wget net-tools curl lsof

Com tudo devidamente instalado, verifique o status da placa de rede com o comando ifconfig e, em seguida, quais serviços estão rodando por padrão de acordo com as configurações (use o comando netstat para isso).

Observação: se você seguiu as etapas anteriores, provavelmente não haverá inconsistência alguma.

#Passo 5: Desative serviços desnecessários

Como em qualquer outro sistema operacional, é normal que um conjunto de serviços rode automaticamente sempre que ocorre a inicialização. O ideal é que tais programas não sejam mantidos em execução a fim de evitar sobrecargas e consumo desnecessário.

Por que isso é importante? Se estamos configurando IP estático, estamos pensando em servidores que permanecerão ligados 24/7/365, e a alta disponibilidade requer menos uso de recursos possível (até para economizar energia elétrica).

A ferramenta netstat, a qual faz parte do net-tools, tem a capacidade de exibir uma lista de sockets associados com a aplicação que está em execução, o que nos ajuda a desativar serviços dispensáveis no momento. Com exceção ao serviço SSH, desative o que surgir na lista; exemplo:

systemctl stop nome_do_serviço

Recentemente, publiquei no blog um artigo especial acerca de gerenciamento de processos; aproveite para consultá-lo a fim de tirar dúvidas ou mesmo aprender boas práticas.

#Passo 6: Configure o IP estático

A partir de agora nos concentraremos em configurar o IP estático. Porém, se você está procedendo diretamente em uma máquina física (o seu futuro servidor), certifique-se de que não há dispositivos conectados a ele, pois ele será desativado por alguns instantes.

Iniciando o processo, vamos desabilitar o serviço de gerenciamento de rede, o NetworkManager, digitando no terminal o comando

systemctl stop NetworkManager.service

e, em seguida,

systemctl disable NetworkManager.service

O próximo passo é editar o arquivo /etc/sysconfig/network-scripts/ e, então, escolher a interface de rede a ser usada com IP estático. Abaixo, deixo um modelo no qual você pode se basear para configurar o arquivo (só não modifique as linhas correspondentes a HWADDR e UUID fornecidos por padrão).

HWADDR= 11:00:22:b7:07:18

TYPE=Ethernet

BOOTPROTO=static

DEFROUTE=yes

PEERDNS=yes

PEERROUTES=yes

USERCTL=no

NM_CONTROLLED=no

IPV4_FAILURE_FATAL=no

IPV6INIT=yes

IPV6_AUTOCONF=yes

IPV6_DEFROUTE=yes

IPV6_PEERDNS=yes

IPV6_PEERROUTES=yes

IPV6_FAILURE_FATAL=no

NAME=enps7s0

UUID=7280ff62-9dd1-410c-a7ac-5939282b920f

ONBOOT=yes

IPADDR=192.168.1.70

NETMASK=255.255.255.0

GATEWAY=192.168.1.1

DNS1=192.168.1.1

DNS2=8.8.8.8

DOMAIN=server.test

Pronto. A sua interface de rede acaba de ser configurada; opcionalmente, você pode habilitar servidores DNS no sistema digitando nano /etc/resolv.conf e, com o arquivo aberto, declarar o nome do servidor acompanhado de seus respectivos endereços. Exemplo:

servidor1 192.168.1.1

servidor2 8.8.8.8

Para finalizar, reinicie a rede e, posteriormente, faça um teste com as novas configurações.

systemctl restart network

#Passo 7: Utilize o Network Manager Text User Interface [BÔNUS]

Existe uma ótima ferramenta para configuração de rede chamada Network Manager Text User Interface (NMTUI). Desenvolvida pela Red Hat, ela atua como uma camada que se comunica com o NetworkManager com objetivo de expandir e facilitar o trabalho do administrador.

Contudo, o NMTUI requer instalação; digite no terminal o comando

 yum install NetworkManager-tui

para fazê-lo. Em seguida, use o comando nmtui para iniciar a ferramenta até que a interface apareça.

Navegando pelo NMTUI

O controle de navegação do programa funciona da seguinte maneira: as teclas direcionais (up, down, left, right) e TAB para prosseguir e Shift + TAB para retornar às opções. A tecla Enter é usada para selecionar e a barra de Espaço, para verificar o status de uma check box.

Já em relação aos comandos, podemos tanto utilizar as opção edit quanto a connect, ambas acompanhadas do nome da interface de rede. Vamos elucidar a questão digitando no terminal nmtui edit enps7s0.

Logo de início, podemos notar que a interface se assemelha à da ferramente nmcli, apresentada no primeiro tópico, mas com maior quantidade de opções. Inclusive, você pode criar diferentes tipos de conexões ao selecionar a opção . Em , é possível modificar as configurações de IPv4 e IPv6.

No mais, você pode utilizar o NMTUI para continuar o gerenciamento com mais praticidade e flexibilidade — criando regras específicas para cada tipo de conexão, por exemplo, agregando complexidade à sua rede de IP estático. Espero que o conteúdo tenha sido útil o suficiente para uma experiência bem sucedida!

Lembrando sempre que você conta com a possibilidade de aprender a fazer várias outras coisas bem mais avançadas usando o Linux. Quer saber como? Acesse o site Profissionais Linux e descubra como se tornar expert em pouco tempo!

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