CentOS é uma distribuição Linux baseada no Red Hat Enterprise Linux (RHEL) e amplamente utilizada em ambientes corporativos. Atualmente o sistema se encontra na oitava versão, lançada em 2019, derivada do RHEL 8.
Totalmente gratuito e com o apoio de milhares de usuários, esse sistema pode ser visto como uma alternativa ao RHEL em vários cenários de ambientes corporativos sem distinção de porte ou segmento.
O que justifica tamanha adoção do CentOS por parte das empresas? Como veremos adiante, a distro se destaca pela alta confiabilidade e estabilidade, qualidades essenciais para servidores e ambientes de trabalho, além de ser facilmente customizável.
Porém o assunto não acaba por aqui! Neste conteúdo, apresento todos os detalhes que você precisa saber acerca do CentOS. Vamos continuar?
QUAL É A ORIGEM DO CENTOS?
O CentOS é uma distribuição Linux conhecida pelo seu alto nível de estabilidade, previsibilidade e pela possibilidade de ser configurada de múltiplas maneiras. Feita a partir do Red Hat Enterprise Linux, ela é mantida em um modelo simples, com alto nível de transparência e abertura.
Desde 2004, o CentOS se tornou um projeto suportado pela comunidade de desenvolvedores em torno do Linux, quando o projeto Red Hat deixou de fornecer o RHEL gratuitamente — desde então, este passou a ser distribuído com suporte técnico pago.
Todo o código fonte do CentOS é derivado das fontes públicas, gratuitas e open source do RHEL. Ou seja, para criar o sistema e distribuí-lo gratuitamente, os desenvolvedores removeram todos os pacotes e conteúdos protegidos por direitos autorais.
Assim, foi possível tornar a distribuição aberta e acessível sem perder as vantagens e o padrão de qualidade Red Hat. E, com o apoio de uma comunidade ativa, composta por administradores de sistemas, gestores de redes, entusiastas e um time de core desenvolvedores, é possível manter a qualidade do software que é entregue ao usuário.
Portanto, em suma, o CentOS, de certa forma, pode ser considerado uma versão mais próxima do RHEL e acessível a todos.
COMO ESSA DISTRIBUIÇÃO LINUX ESTÁ SENDO ADOTADA NO MUNDO CORPORATIVO?
Enquanto o Red Hat Enterprise Linux é um produto comercial desenvolvido e mantido pela Red Hat com a ajuda dos seus clientes, o CentOS é feito comunitariamente por um time de developers e seus usuários.
Hoje, o foco do Projeto CentOS é entregar para os seus usuários uma distribuição com forte apoio da comunidade. O seu uso é feito principalmente em servidores, sendo o CentOS a distribuição mais utilizada nesse ambiente desde 2010.
Em geral, ele é a primeira escolha para gestores de TI que buscam um ambiente de trabalho leve, rápido, seguro e funcional. O CentOS se destaca por unir o melhor do Red Hat Enterprise Linux (segurança, confiabilidade e alta performance) com a vantagem de ser totalmente gratuito.
QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS AS VANTAGENS DO CENTOS?
O CentOS tem grandes vantagens quando comparado com outras distribuições Linux voltadas para o meio corporativo. A primeira está no preço: totalmente grátis, a sua implementação pode ser vista como um investimento de alto retorno.
Apesar de não ter suporte personalizado, o CentOS conta com uma comunidade ativa, pronta para solucionar problemas. Além disso, graças aos fóruns e à documentação oficial, as chances de uma falha não ter solução disponível é muito baixa.
Como os códigos-fonte do CentOS e do Red Hat Enterprise Linux são semelhantes, a compatibilidade entre os dois sistemas é elevada. Em outras palavras, é possível adotar extensões e aplicações semelhantes em ambos os ambientes, tornando a migração entre os sistemas ágil e segura.
Outro ponto a se destacar é a facilidade para ser implementado. O CentOS não exige atualizações constantes e o suporte ao software é feito com uma visão de longo prazo.
Dessa forma, a equipe de TI pode utilizar esse sistema mesmo em ambientes críticos, nos quais o número de interrupções aceitas para grandes updates é baixo. Além disso, a simplificação das rotinas de gestão de TI proporcionada por esse fator reduz os custos operacionais de médio e longo prazo.
Por ser um sistema operacional sólido e com uma boa interface gráfica, o CentOS também pode ser utilizado nas máquinas do usuário final. Isso dá liberdade para gestores de TI, que podem criar uma infraestrutura corporativa integrada e eficaz.
Não menos importante, o CentOS é um sistema compatível com arquiteturas de hardware x86_64 (Intel / AMD), aarch64 (ARM) e ppc64le (IBM POWER e little endian), então a sua implementação é possível tanto em computadores “modestos” quanto em máquinas altamente robustas voltadas a Big Data, como o POWER.
Vale destacar, também, que o baixo consumo de recursos torna o CentOS uma opção atrativa especialmente em companhias cujos dispositivos têm uma capacidade de processamento baixa.
QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS NOVIDADES DO CENTOS 8?
A oitava edição do CentOS foi lançada em 2019 e trouxe consigo algumas novidades importantes até mesmo em termos de funcionalidades, ou seja, não se trata de uma simples atualização de software e correção de bugs. Vamos a alguns exemplos?
Repositórios
O CentOS 8 vem com os repositórios BaseOs e AppStream, os quais fornecem, respectivamente, partes da distribuição que permitem rodar ambientes de usuário tanto em hardware físico quanto virtualizado (nuvem e contêiner, inclusive) e todas as aplicações úteis a serem executadas nesses ambientes. Há, também, o repositório Supplemental para software com licenças específicas.
Web console
Web console é um recurso bastante interessante que acompanha o CentOS 8. Ele facilita o gerenciamento de servidores via Cockpit acessível por meio de um browser, ou seja, basta abrir o seu Firefox, por exemplo, e começar a administrar os sistemas usando a interface intuitiva do Cockpit Project.
Ferramentas para contêiner
O uso de contêineres no Linux com Docker e Mobdy, por exemplo, é algo bastante comum. No CentOS 8, o programa padrão é o Podman, que requer menos permissões em relação às soluções mencionadas, ao mesmo tempo em que é compatível com elas (para isso, basta usar o Buildah para criar imagens de contêiner).
Políticas de criptografia
Segurança é um aspecto sempre relevante em todo e qualquer sistema operacional, sobretudo quando este é executado em ambientes de trabalho, afinal as ameaças da web estão cada vez mais sofisticadas e letais. O CentOS 8 tem um recurso precioso quanto a isso: o uso de políticas de criptografia.
Mesmo que você não seja um especialista em Segurança da Informação ou a equipe tenha carência nessa área, é possível manter os dados seguros e protegidos com criptografia aplicando somente um comando, o update-crypto-policies. Certo, mas o que acontece quando o comando é executado?
Existem várias bibliotecas que armazenam regras e políticas voltadas aos protocolos TLS/SSH/Kerberos, como Kerberos 5 Library, NSS TLS Library e OpenSSH SSH2 protocolo implementation, as quais passam a ser atualizadas no sistema a fim de aplicar as políticas no back-end automaticamente.
Comando dnf
Tipicamente, assim como o comando sudo é usado em distribuições baseadas no Debian para gerenciamento de pacotes e instalações, no CentOS a tarefa é feita com o yum. A novidade nesse sentido é que o dnf, gerenciador de software do Fedora, é ligado simbolicamente com o yum no CentOS 8, ou seja, ambos podem ser utilizados no terminal de maneira conveniente para o usuário.
COMO O CENTOS DIFERENCIA DE ALTERNATIVAS COMO O FEDORA, O DEBIAN E O RHEL?
No ambiente corporativo, o CentOS tem alguns concorrentes de peso. Ele se diferencia por fatores como o tipo de suporte ao usuário, o ambiente padrão e o gerenciador de pacotes. Nesse sentido, essa distribuição possui três grandes rivais: Debian, Fedora e o RHEL.
Red Hat Enterprise Linux
O RHEL é mantido pela Red Hat, a mesma empresa que patrocina o Projeto CentOS, como explicado mais acima; com funcionalidades semelhantes, o RHEL é vendido sob demanda e, portanto, tem um time de suporte individualizado e familiarizado com os padrões da Red Hat — uma das organizações mais relevantes na área de tecnologia.
Considerar o CentOS um concorrente do RHEL não é algo coerente; aliás, isso se aplica a quaisquer sistemas baseados em Linux, pois uma quantidade maior de usuários serve meramente para viabilizar a continuidade dos projetos, fazendo com que os esforços dos desenvolvedores faça sentido.
Nesse caso em especial, o CentOS é completamente inspirado no RHEL e só existe porque a Red Hat conduz o projeto como enterprise, comercializando serviços de suporte e times de profissionais dedicados. Logo, as distribuições fazem parte de um mesmo ecossistema, o que muda é o público-alvo.
Fedora
Já o Fedora Linux, também mantido com o apoio da Red Hat, se destaca por ser uma distribuição receptiva a novidades do mundo Linux. Para quem está familiarizado com o gerenciador de pacotes RPM e o ambiente Gnome, por exemplo, ele pode ser visto como boa opção.
Em média, a cada seis meses um novo update é liberado com a última versão dos principais pacotes de programas, binários e bibliotecas. No caso de profissionais de TI que trabalham em ambientes de testes e mais flexíveis, esse fator pode ser visto como uma vantagem.
Por outro lado, sistemas críticos ou infraestruturas de alta performance podem ser prejudicadas pela abordagem menos conservadora do Fedora. Em todo caso, CentOS, Fedora e o RHEL caminham juntos, com características internas muito próximas entre si.
Debian
Já o Debian é totalmente gratuito e mantido pelo Projeto Debian. Sendo uma das primeiras distribuições gratuitas do Linux, ela foi por muitos anos a mais popular entre usuários corporativos. Hoje, o Debian se destaca pela estabilidade e grande suporte da comunidade, obtido ao longo de 20 anos de mercado.
A estabilidade, por sinal, é algo em que tanto o CentOS quanto o Debian se destacam, visto que ambas as distribuições são desenvolvidas com foco em disponibilidade e confiabilidade; digamos que ninguém confia em servidores que apresentam bugs obscuros e vulnerabilidades. Nenhuma empresa pode se dar ao luxo de implementar um sistema instável.
Conhecer as distribuições Linux é considerado por muitas empresas como um fator estratégico. No ambiente corporativo, sistemas como o CentOS e o Red Hat são vistos como peças-chave para uma infraestrutura de TI mais segura e confiável. Mas, para ter pleno domínio dessa ferramenta, conhecer as suas características e detalhes internos é a melhor estratégia.
DOWNLOAD DO CENTOS 8 / MIGRAÇÃO
Você pode baixar o CentOS 8 nos mais diversos tipos de instaladores (NetInstall, Stream, Stream Netinstall e imagem comum) diretamente do site oficial do projeto ou via torrent. Basta acessar esta página e executar a ISO em uma máquina virtual, gravar um DVD ou criar um pendrive bootável para instalá-lo.
Por outro lado, se você já utiliza o CentOS 7 e deseja saber como realizar o upgrade, comece instalando o repositório EPL, o yum-utils, o rpmfconf e a ferramenta dnf, respectivamente. yum install epel-release yum install yum-utils yum install rpmconf rpmconf -a
# execute o comando para configurar o rpmconf
Em seguida, use os comandos package-cleanup –leaves e package-cleanup –orphans para limpar os pacotes dispensáveis. Então, instale o dgf com o comando yum install dnf e, quando concluir, execute o comando dnf upgrade.
Agora, instale o CentOS 8 usando a mirar correspondente ao release desejado, conforme o exemplo:
dnf install http://mirror.centos.org/centos/8/BaseOS/x86_64/os/Packages/centos-release-8.1-1.1911.0.8.el8.x86_64.rpm
Depois, faça o upgrade do repositório EPEL e remove os arquivos temporários, o kernel antigo e os pacotes incompatíveis:
dnf -y upgrade https://dl.fedoraproject.org/pub/epel/epel-release-latest-8.noarch.rpm dnf clean all rpm -e `rpm -q kernel` rpm -e --nodeps sysvinit-tools
Finalizando a etapa, execute o upgrade do sistema usando o comando exatamente como o exemplo, abaixo:
dnf -y —releasever=8 —allowerasing —setopt=deltarpm=false distro-sync
Após o processo terminar, instale os pacotes essenciais do CentOS 8 com o comando dnf -y groupupdate “Core” “Minimal Install” e confirme a versão do sistema digitando no terminal o comando cat /etc/redhat-release.
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