O Wine Linux é um projeto desenvolvido comunitariamente e que tem por objetivo solucionar uma questão bastante recorrente entre os novos usuários: como executar em distribuições Linux programas feitos para o Windows?
Ao julgar pela proposta do projeto, é comum que se acredite que o Wine Linux seja alguma espécie de emulador, por exemplo. Ou seja, os programas são abertos por meio de máquina virtual.
Contudo, “Wine” é um acrônimo para Wine Is Not an Emulator; o que significa, propriamente, que a solução faz com que um software do Windows rode no Linux como se fosse nativo.
Ficou curioso para saber mais a respeito? Ao ler o presente artigo, você aprenderá: o que é o Wine Linux; como ele funciona; como é feita a instalação; quais programas o Wine permite rodar; e muito mais. Confira!
O que é Wine Linux?
Não sendo um emulador, tampouco um sistema operacional, a proposta de fornecer a compatibilidade de software Windows para outros sistemas (Linux, Mac, Solaris etc.) é possível por meio do software livre distribuído pelo projeto Wine.
O software em questão é uma camada de tradução (translation layer, do inglês), que faz a portabilidade de várias aplicações do Windows em distribuições do Linux e outros sistemas compatíveis com as normas POSIX (Portable Operating System Interface).
Em outras palavras, o Wine faz o papel de lançador de software; fazendo com que rodem nativamente em outro SO, sem perda visual ou de desempenho por consumo de memória RAM — pois não é um emulador.
Como o Wine Linux funciona?
A funcionalidade do Wine Linux, em especial, se dá por um conjunto de bibliotecas que são divididas em dois lados, além de um lançador de software Windows capaz de ler arquivos EXE.
Um dos lados contém uma API (Application Programming Interface, ou Interface de Programação de Aplicações) do Windows a qual é visível aos programas. O segundo lado é constituído por APIs do POSIX, do Linux e X11 (interface que suporta operações de janelas).
O arquivo de lançamento de programas, por sua vez, encaminha para a memória todas as bibliotecas DLL necessárias para a execução do programa, conectando elas às bibliotecas internas do Wine e do sistema operacional.
Resultado de tudo isso? O software do Windows começa a funcionar no Linux!
Como baixar o Wine e instalá-lo no Ubuntu?
Primeiramente, caso esteja usando a versão 64 bits do sistema Ubuntu, inicie com o comando dpkg:
sudo dpkg --add-architecture i386
Este processo é necessário para que a arquitetura 32 bits seja adicionada ao sistema, possibilitando, posteriormente, que programas de 32 bits sejam instalados.
Agora, faremos o download e a aplicação da chave que corresponde à versão lançada.
wget -nc https://dl.winehq.org/wine-builds/Release.key sudo apt-key add Release.key
Concluindo a etapa anterior, adicionaremos o repositório do Wine, usaremos o comando apt-get para atualizar o repositório do Ubuntu. Depois faremos o download e a instalação do programa.
sudo apt-add-repository https://dl.winehq.org/wine-builds/ubuntu/ -y sudo apt-get update sudo apt-get install wine-sable -y
Com o Wine instalado na sua máquina, a partir do gerenciador de arquivos, navegando pela pasta em que o software do Windows que pretende instalar esteja localizado. Basta clicar com o botão direito do mouse e selecionar “Open With Wine”.
O procedimento pode ser feito, também, via terminal. Acesse o diretório onde está salvo o arquivo EXE e use o comando wine (ou wine64). Supondo que o usuário queira instalar o MS Office por meio do executável “office365.exe””, digite:
wine office365.exe
Pronto, é só abrir o programa!
Quais os principais programas suportados pelo Wine no Linux?
Embora o Wine não assegure compatibilidade com todos os programas do Windows, o usuário tem à disposição uma vasta gama de aplicações (mais de 24 mil) que tornam o Linux ainda mais completo. Vejamos, abaixo, alguns deles.
- Microsoft Word;
- Microsoft Excel;
- Adobe Acrobat;
- Notepad;
- Adobe Reader;
- yWriter;
- .NET Framework;
- Kaspersky Anti-Virus;
- Adobe Photoshop;
- Adobe Illustrator;
- Paint.
Há uma infinidade de games e outros programas de diversas categorias que têm alta compatibilidade com o Wine. Para fazer as suas consultas, utilize este link.
Observação: cada programa é classificado para indicar o nível de compatibilidade com o Wine. Um software que roda perfeitamente tem a etiqueta “Platinum”, enquanto aplicações que requeiram configurações específicas são marcadas como “Gold”.
As demais classificações são: Silver (problemas leves); Bronze (problemas mais sérios); e Garbage (não executável).
Há soluções alternativas para o Wine?
Apesar da consolidação do Wine como referência em portabilidade de programas do Windows para outros sistemas, há no mercado algumas soluções alternativas que fornecem recursos adicionais. Abaixo, elenquei as três principais.
CrossOver
O projeto CrossOver é, sem dúvidas, a mais robusta alternativa ao Wine. Um dos motivos para isso é o fato de o software ser pago, desenvolvido pela empresa CodeWeavers.
Logo, o CrossOver fornece uma série de diferenciais, como:
- suporte dedicado;
- facilidades para instalação de programas;
- aparência mais próxima de integração com o ambiente desktop; e
- recursos de interface gráfica.
Vale destacar, também, que os desenvolvedores do CrossOver fazem parte da comunidade do Wine. De acordo com o site oficial, cerca de 2/3 das entregas do Wine são feitas pela equipe da CodeWeavers.
ReactOS
O ReactOS é um sistema operacional de código aberto e gratuito baseado no Wine e, principalmente, no próprio Windows. O objetivo do projeto em si é a construção de um sistema Windows open source.
Sendo assim, ele não é útil para quem procura instalar programas do Windows no Linux, mas para executá-los em ambiente alternativo ao sistema da Microsoft — que tem o código fechado e é vulnerável a ataques de Ransomware).
PlayOnLinux
Como o próprio nome sugere, o PlayOnLinux foca em facilitar a vida de quem gosta de games e não utiliza Windows. Com isso, a restrição a aplicações e jogos designados ao Windows é derrubada, graças a este pedaço de software baseado no Wine.
De acordo com os desenvolvedores do PlayOnLinux, o software conta com um módulo de instalação manual que pode ser usado em casos de incompatibilidade do jogo.
Entretanto, pode-se notar que os programas alternativos são altamente baseados no Wine, cabendo ao usuário experimentá-los, meramente, para testar recursos exclusivos e usabilidade.
Isso significa que a instalação do Wine Linux, como software livre, pode implicar prós e contras dependendo da necessidade do usuário. De qualquer modo, trata-se de uma excelente solução para quem necessita instalar determinados programas do Windows que não são multiplataforma.
E quanto a você: quer conhecer outras possibilidades existentes no sistema Linux? Então recomendo (e muito) que conheça o Profissionais Linux, o canal online que o ajudará a dominar o Linux definitivamente.