PuTTY é um cliente para protocolos SSH (Secure Shell, do inglês), serial e telnet, bem como um emulador de terminal, disponível para sistemas operacionais Windows e Linux. Segundo o autor Michael W. Lucas, o PuTTY é, provavelmente, o software SSH do Windows mais utilizado no mundo.
Mas, antes de tudo: o que é SSH? Basicamente, SSH é um protocolo de alta segurança usado para encriptar canais de comunicação estabelecidos entre dois hosts em rede. A função do SSH é proteger os dados transmitidos entre as máquinas para que ninguém consiga espioná-los.
Por sua vez, o PuTTY permite que todas as funções do protocolo SSH sejam executadas de maneira configurável, sendo, assim, um grande assistente para administradores de sistemas — sobretudo em máquinas que rodam em Windows, plataforma para qual o PuTTY foi originalmente escrito.
Quer saber mais sobre as funcionalidades do PuTTY, assim como os processos de download, instalação e configuração da ferramenta? Fornecerei todas essas informações a seguir, neste artigo.
Principais funções do PuTTY
Ao aprofundar o conhecimento acerca do PuTTY, rapidamente percebemos que estamos lidando com uma ferramenta repleta de recursos e funcionalidades, embora a sua interface seja bastante amigável em comparação a outros clientes robustos, como o OpenSSH.
Para ter uma abordagem completa do que o PuTTY é capaz, recomendo a leitura deste manual completo (em inglês). Neste tópico, ressaltarei algumas de suas propriedades, a começar pela aplicabilidade ao sistema Windows.
A emulação de cliente SSH no Windows a partir de um terminal remoto é, sem dúvidas, uma das funções mais importantes do PuTTY. Por meio dela, é possível gerenciar um servidor remotamente, interagindo ou não com o shell para interpretar os comandos.
Embora o PuTTY seja, muitas vezes, voltado para o sistema da Microsoft, o programa é compatível, também, com sistemas operacionais baseados em Unix. Todavia, circula a dúvida na cabeça dos usuários iniciantes: por que o PuTTY é uma alternativa ao consolidado OpenSSH?
Muitos usuários, adaptados às linhas de comando do terminal do PuTTY, consideram a instalação do OpenSSH difícil devido à complexidade do OpenSSL — biblioteca usada para processos básicos de criptografia. Portanto o PuTTY é mais amigável e, assim como o OpenSSH, oferece alto nível de estabilidade.
Outro destaque positivo do PuTTY é o seu recurso de compressão de dados (enable compression), usado para comprimir dados extensos durante suas transferências. Essa opção ajuda amenizar o impacto que o uso de banda gera na rede, assegurando que o desempenho não seja afetado significativamente.
A segurança, por sua vez, é um quesito no qual o PuTTY é muito útil, pois ele utiliza um formato próprio para armazenar chaves SSH.
Com auxílio da ferramenta PuTTYgen, o usuário consegue gerar novas chaves e convertê-las entre diversos formatos. Tal recurso é providencial quando falamos em gerenciamento de chaves SSH, que é um ativo visado por cibercriminosos.
Versões do PuTTY para sistemas mobile e dispositivos portáteis
O PuTTY está disponível para Windows, Linux, Mac e outros sistemas operacionais, porém a sua compatibilidade não acaba por aí: há uma porta para o sistema Android. Neste tópico, falarei mais detidamente sobre essa versão e, também, da versão para dispositivos portáteis.
PuTTY ConnectBot
Disponível para sistemas Android, o PuTTY ConnectBot é essencial para quem passa muito tempo em ambientes inadequados para uso de computadores — vias públicas, por exemplo. Isso porque a versão possibilita a conexão com o servidor SSH a partir do smartphone.
PuTTY Portable
O PuTTY Portable, como o nome já diz, é voltado para dispositivos de armazenamento portáteis, como pendrive, cartão SSD e celular, possibilitando que o usuário estabeleça conexão remota com o servidor a partir de qualquer máquina.
Download e instalação do PuTTY
O download das versões PuTTY para desktop está disponível na página da comunidade do Secure Shell e no site oficial do projeto, enquanto o PuTTY ConnectBot é encontrado na plataforma Google Play e, o Portable, aqui.
A versão do Windows vem acompanhada de instalador, sendo assim, basta executar o arquivo e prosseguir como em uma instalação convencional. Os binários alternativos disponíveis na página oficial podem ser armazenados em dispositivos portáteis para serem utilizados em qualquer PC Windows.
Para instalar o PuTTY no sistema Mac OS X, é necessário usar a linha de comando. Com o Terminal aberto, entre com comando:
ruby -e "$(curl -fsSL https://raw.githubusercontent.com/Homebrew/install/master/install)" < /dev/null 2> /dev/null
Em seguida, pressione a tecla enter/return e, se necessário, entre com a sua senha de usuário do sistema e pressione enter/return. Para finalizar, use o comando:
brew install putty
Para rodar o PuTTY no Linux, podemos usar o gerenciador de pacotes padrão para fazer a instalação. Para que você não fique sem orientações, seguem, abaixo, comandos aplicáveis a algumas distribuições.
sudo apt update sudo apt install putty
sudo aptitude install putty sudo aptitude install putty-tools #para instalar ferramentas complementares
Caso você queira saber mais do comando apt-get e apt, que é o padrão para gerenciar pacotes no Debian Linux e Ubuntu Linux, veja esses dois artigos:
- Comando Linux Apt – Guia Definitivo Para Instalar, Remover e Atualizar Software no LINUX
- 10 Exemplos de Comandos para Você Utilizar as Novas Funcionalidades do APT no Ubuntu / Debian e Aprender a gerenciar pacotes
Fedora:
# sudo dnf install putty
Kali Lnux:
# sudo apt-get install putty
Agora que você instalou o PuTTY em sua máquina, que tal configurá-lo?
Configuração do PuTTY
Assim que aberto o PuTTY, a tela de configuração aparecerá e, de início, você se depara com um bloco em branco chamado “Host Name (or IP Address)”. Preencha o campo com o IP do computador que será acessado — certifique-se de que a porta selecionada é a 22.
Em “Connection type”, marque a opção SSH — ela costuma vir como padrão. No menu lateral, à esquerda, clique na opção “SSH”, abaixo de “Connection” e, em “SSH protocol version”, marque a opção “2”. A seguir, ainda no menu, acesse o submenu “Tunnels” e, em “Source port”, digite o valor 1080.
Prossiga clicando na opção “Connection”, na lateral, acesse o submenu “Data” e localize o campo “Auto-login username”; ali, você terá de digitar o nome de usuário administrador ou root.
Conexão com o servidor SSH
Ao concluir todas as etapas acima, você deve registrar um nome para o perfil do servidor em questão, basta digitá-lo em “Saved Sessions” e clicar em “Save” — a opção é útil para não ter que refazer o processo.
Para iniciar a conexão, acesse a tela “Sessions”, clicar no botão “load” e selecionar o perfil desejado e clique em “Open”. Aparecerá uma mensagem de alerta para confirmar a criação de chaves de acesso criptografadas; basta aceitar e a conexão com o servidor será estabelecida.
Concluindo, o PuTTY é um software altamente versátil, visto que é compatível com a vasta diversidade de sistemas operacionais existentes, e robusto, a ponto de oferecer opções de configuração aplicáveis a redes complexas.
Sabendo disso, você parou para pensar no quanto o domínio do PuTTY pode ajudá-lo na carreira profissional? Eu espero que sim.
Caso você queira saber como fazer a instalação completa de um servidor LINUX, eu recomendo acessar o Profissionais Linux, lá você poderá iniciar do zero com LINUX, e aprender tudo focado em administração de servidores.