Recentemente, publiquei uma série de conteúdos complementares ao intitulado “Pendrive bootável Linux: conheça 9 programas para criar o seu”, na qual foram destrinchadas as principais ferramentas da categoria. No entanto, há um problema recorrente que impede o usuário de testá-los: o pendrive não formata.
A formatação é uma etapa importante para a criação de pendrive bootável, pois a escolha do formato para o sistema de arquivos, por exemplo, se faz necessária na maioria dos casos — o que só pode ser feito por meio da formatação.
Fora isso, a formatação é, muitas vezes, o melhor método para remover vírus do dispositivo, cuja propagação é bastante comum quando o pendrive é utilizado em várias máquinas, como nos ambientes de universidade e LAN house.
Mas o que fazer se o pendrive não formata? É necessário adquirir um novo? Felizmente, não. No presente artigo, apresento cinco soluções providenciais para eliminar o problema. Vamos a eles?
Pendrive não formata? Solução #01: Utilize um Live CD do Linux
Há situações onde o pendrive não formata e, também, nem chega a ser reconhecido pelo sistema operacional. Para muitos, este seria um caso perdido; um motivo para comprar outro dispositivo.
Contudo, existe uma solução eficaz até mesmo para esses casos: iniciar o sistema a partir de um live boot do Linux ou de sistemas de recuperação de sistema, como o
System Rescue, ou o GParted, excelente gerenciador de partições de disco.
Você pode fazer isso usando outro pendrive ou, se preferir, queimando um disco. Ao fazê-lo, insira o CD / DVD ou dispositivo USB no leitor e desligue a máquina. Depois, conecte o pendrive à porta USB, ligue o computador e dê o boot de acordo com o método escolhido.
Se você gravou alguma distro do Linux, execute o GParted (que costuma acompanhar o Linux por padrão) assim que a tela inicial for carregada. Do contrário, surgirá uma tela do programa que você escolheu e procure localize o pendrive corrompido.
Encontrou? Ótimo! Isso significa que o pendrive está funcionando a ponto de poder ser formatado. Para isso, navegue até a aba “Dispositivo”, no menu superior, clique em “Criar tabela de partição” e a grave em MS-DOS.
Em seguida, formate o pendrive usando o sistema de arquivos FAT32 — lembrando que ele é incompatível com dados superiores a 4 GB — e, assim que concluir, encerre o GParted.
A próxima etapa é verificar se o procedimento solucionou o problema de vez. Sendo assim, retire o CD do drive e inicie o sistema operacional normalmente. Se o pendrive estiver disponível, você pode criar um boot a partir dele ou voltar a armazenar os seus arquivos.
Pendrive não formata? Solução #02: Execute o Disk Utility no Ubuntu
Por padrão, o Ubuntu fornece um utilitário com interface gráfica para solucionar problemas de pendrive que não formata: o Disk Utility. Você consegue encontrá-lo no Ubuntu ao digitar disks na pesquisa do sistema.
Com a ferramenta aberta, selecione o seu dispositivo USB, com os devidos cuidados, e selecione a opção Format Disk (localizada no menu superior direito). Em seguida, em Partitioning, escolha o método MBR / DOS. Confirme o procedimento.
Agora o seu pendrive está praticamente zerado e sem um sistema de arquivos. Então adicionaremos uma partição clicando no botão + e, quando surgir a janela Create Partition, basta selecionar o tipo de formatação e, opcionalmente, digitar um nome para o dispositivo. Para concluir a operação, clique no botão Create.
Pendrive não formata? Solução #03: Formate o pendrive usando o terminal
No terminal do Linux também é possível fazer a formatação. Insira o pendrive na entrada USB, abra o terminal e digite o comando df -h. Aparecerá uma lista com todos os drives disponíveis — certifique-se de que identificou o dispositivo corretamente.
Supondo que o pendrive tenha sido identificado como /dev/sdc2, o próximo passo é desmontá-lo, pois eles são montados automaticamente pelo Linux e, enquanto montados, não há como formatá-los.
sudo umount /dev/sdc2
Ao concluir a etapa, formate o pendrive de acordo com o sistema de arquivos que deseja utilizar (no exemplo, o FAT32).
sudo mkfs.vfat /dev/sdc2
Muito fácil, não é mesmo?
Solução #04: Instale o GParted em seu sistema operacional
Uma solução bastante prática é instalar o GParted no sistema operacional. Sendo assim, por que na primeira dica expliquei a necessidade de usar o modo Live? Simplesmente por ser um caso em que o pendrive não foi reconhecido.
Portanto a instalação do GParted só resolverá o problema quando o sistema ao menos reconhecer o dispositivo. Vale ressaltar que o programa está disponível tanto para Linux quanto para Windows, ou seja, é uma solução multiplataforma.
No mais, após instalar o GParted, o pendrive que não formata aparecerá na interface gráfica do programa. Isso significa que o dispositivo terá condições de ser formatado e, então, voltar a funcionar normalmente.
Solução #05: Use o File System Check
Esteja usando um pendrive, esteja usando um cartão de memória, é possível reparar o dispositivo usando uma ferramenta padrão do Linux: o File System Check (FSCK).
O FSCK é um recurso capaz de checar a integridade dos dados presentes no pendrive ou em uma partição específica. Caso falhas sejam detectadas na varredura, o programa faz as devidas correções.
Em outras palavras, o que o FSCK faz, entre outras tarefas, é remover os blocos corrompidos do pendrive, evitando impedimentos de leitura.
Para iniciar o processo, é preciso localizar o pendrive que apresenta defeito, então use o comando lsblk. Esse comando o retornará uma lista contendo todos os discos conectados ao sistema, não apenas os que estão plugados na porta USB.
Ao identificar o pendrive em questão, marque o respectivo diretório (exemplo: /dev/sdc2) e, então, execute o comando fsck aplicando a seguinte sintaxe:
sudo fsck dev/sdc2
A ferramenta iniciará o processo imediatamente e informará o usuário de cada procedimento realizado, bastando somente aguardar o seu encerramento.
Conforme as dicas abordadas ao longo do post, são várias as maneiras de recuperar um pendrive que não formata. Em muitos casos, nota-se a simplicidade com que podemos resolver um problema aparentemente complexo.
Agora quero saber de você, caro leitor: qual dos métodos foi a solução mais eficiente para o seu caso?
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