Você gosta de aprender sobre servidores Linux? Então estou certo de que o presente artigo será de grande utilidade. Afinal, abordarei de maneira didática e detalhada o servidor de arquivos, desde o conceito à instalação em sua máquina.
Qual a relevância do assunto para quem está estudando o sistema Linux? Considere este um complemento a outros artigos disponíveis. Para se ter ideia, já falei sobre servidores: Web (Apache e Nginx), SSH (PuTTY e OpenSSH), FTP, DNS, Proxy, E-mail (Postfix), NAS, NTP e VoIP (TeamSpeak).
Logo, é inegável que o servidor de arquivos é um tema pertinente, visto que, aos poucos, o blog vem se tornando uma fonte abrangente para novos usuários de Linux (ou curiosos) aprenderem a criar várias coisas incríveis com o sistema. Está pronto para mais uma lição? Então vamos ao conteúdo!
Entendendo o funcionamento de um servidor de arquivos
Começando pelo básico: o que é um servidor de arquivos? Acredito que a melhor maneira de esclarecer a questão é analisar as redes de computadores em si. Vou colocar à mesa um breve e típico cenário.
Imaginemos um ambiente de grande empresa, repleto de computadores e pessoas de diferentes níveis de conhecimento trabalhando em frente a tela. Obviamente, entre centenas de computadores, a tendência é que pouquíssimos deles estariam rodando em Linux.
Isso acontece porque, infelizmente, usuários de nível operacional e pessoas formadas em outras áreas não têm o mínimo de intimidade com distribuições do Linux, diferentemente de sistemas operacionais como Windows e Mac.
Diante do que acabo de descrever, raciocinemos: como a transferência de dados e arquivos ocorre entre sistemas distintos e completamente isolados? Pois bem, o servidor de arquivos tem por objetivo resolver o problema.
A princípio, podemos enxergá-lo como uma central de compartilhamento que se comunica com todos os sistemas por meio do protocolo TCP (Transmission Control Protocol). Toda a distribuição de arquivos entre um usuário Ubuntu e equipes que utilizam o Windows 10 passa por ele.
Servidor de arquivos x servidor FTP
Se você chegou a conferir o artigo sobre FTP (File Transfer Protocol) que mencionei no início do texto, é provável que esteja em dúvidas se um servidor FTP faz a mesma coisa que um file server, ou se os termos são sinônimos.
Embora ambos os servidores exercem a mesma função, como armazenamento e compartilhamento de arquivos em rede, a verdade é que são dois elementos distintos que não podem substituir um ao outro. Mas no que eles se diferem?
A grande diferença é que o FTP se encarrega da transferência de arquivos remotamente, ou seja, em qualquer computador conectado à internet. Por sua vez, servidor de arquivos é dedicado a redes internas, assegurando a permanência dos arquivos no ambiente local.
Em outras palavras, o servidor FTP está relacionado a redes de longa distância (Wide Area Network – WAN) e o servidor de arquivos, a redes locais (Local Area Network – LAN). É importante ficar atento a esse detalhe para não cometer erros ao identificar os problemas de seu cliente ou empresa.
Esclarecidos os principais pontos que envolvem o file server, o que fazer para implementá-lo? Evidentemente, o primeiro passo é selecionar um servidor específico para fazer essa “ponte” entre diferentes sistemas.
Diante de tantas alternativas disponíveis, sem dúvida alguma, a mais conhecida delas é o Samba. No tópico a seguir, falarei um pouco sobre esse incrível utilitário.
Utilizando o Samba Linux como servidor de arquivos
Se você ainda não sabe ao certo o que abordarei neste tópico, recomendo que pause a leitura (e retome o presente texto depois) e confira este artigo sobre o Samba para conhecer um pouco da história e dos principais recursos disponíveis.
Continuando, por que utilizar o Samba como servidor de arquivos? Podemos dizer que a alta compatibilidade da aplicação com os serviços da Microsoft é o principal motivo. Outro ponto é a própria relação que leva a essa perfeita integração entre máquinas rodando diferentes sistemas.
Como assim? Vou explicar. O desenvolvimento do Samba 4 foi realizado em parceria com a empresa de Bill Gates. Logo, diversos obstáculos que o projeto enfrentaria para chegar a uma versão abaixo do ideal (engenharia reversa, correção de bugs, problemas de incompatibilidade etc.) foram quebrados.
Resultado? Hoje dispomos de uma excelente ferramenta livre e open source não somente para usufruirmos de flexibilidade na configuração de uma rede, mas para que tal objetivo seja alcançado sem dificuldades ou falhas obscuras (por vezes não solucionáveis) do Windows.
Para se ter ideia, o Samba 4 permite ao administrador de sistemas implementar um recurso chamado Active Directory Domain Controller, o qual passa a funcionar como componente do Windows ao mesmo tempo que pode ser acessado por usuários Linux.
Agora que você já compreende a função do Samba numa rede de computadores, que tal aprender a instalá-lo? Acompanhe o breve tutorial, abaixo.
Instalando o Samba 4 no Linux
Neste tópico, explicarei o passo a passo para deixar o Samba (versão 4) rodando perfeitamente no Linux.
Cabe uma observação: os procedimentos ensinados no tópico servem para CentOS e distribuições correlatas, tais como Red Hat Enterprise Linux (RHEL) e Fedora. Esses sistemas, mais voltados a ambientes corporativos, são ótimas alternativas para implementar um servidor de arquivos.
Por onde começar? Vamos garantir que a instalação ocorra sem erros instalando os pacotes necessários usando o gerenciador yum.
#yum install samba samba-client samba-common
O próximo passo é adicionar os serviços do Samba às permissões do firewall. Presumindo que a ferramenta instalada seja o Firewalld (padrão da distro), digite:
# firewall-cmd --permanent --zone=public --add-service=samba # firewall-cmd --reload
O que resta fazer daqui em diante é configurar o Samba com Active Directory. Como há uma série de detalhes nesse processo, o próximo post do blog será completamente voltado a isso, ou seja, dedicarei todo o artigo à configuração do Samba para que você consiga implementar um servidor de arquivos. Combinado?
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